Qualidade na Vacinação: A Importância do Controle da Temperatura

Rupturas na cadeia do frio podem comprometer a imunização, gerar impacto negativo sobre a saúde pública e ainda gerar desperdícios, mas a tecnologia oferece soluções transformadoras para superar esses desafios.

Introdução

A conservação adequada de vacinas é um dos pilares fundamentais para garantir o sucesso das campanhas de imunização. Como produtos biológicos sensíveis, as vacinas dependem de condições específicas de armazenamento e transporte para manter sua eficácia e segurança. Esse processo é conhecido como cadeia do frio, um sistema que envolve o controle rigoroso da temperatura desde o momento da fabricação, passando pelo transporte e armazenamento, até a administração ao paciente. Qualquer ruptura nessa cadeia pode comprometer a qualidade das vacinas e gerar consequências graves para a saúde pública.

Um exemplo do ciclo das vacinas, desde a sua fabricação até a aplicação, é uma das representações do que chamamos de cadeia do frio.

 

Neste texto buscamos explorar os riscos associados a falhas no controle de temperatura, os impactos financeiros dessas falhas e apresentar algumas soluções práticas, incluindo um case em parceria com a Prefeitura de Lages em Santa Catarina.

Os Riscos do Armazenamento e Transporte Inadequados

Vacinas são produtos biológicos sensíveis, cuja eficácia pode ser severamente comprometida quando expostas a temperaturas fora da faixa recomendada. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que aproximadamente 50% das vacinas produzidas mundialmente chegam ao destino deterioradas devido a falhas na cadeia de frio, sendo que cerca de 40% dessas falhas estão relacionadas ao controle inadequado da temperatura, comprometendo a qualidade do produto e representando riscos à saúde [bio.fiocruz.br].

Essas falhas podem resultar em:

  • Perda de potência imunológica: Vacinas expostas a temperaturas inadequadas podem ter sua eficácia reduzida ou anulada.
  • Riscos à saúde pública: A administração de vacinas ineficazes pode levar ao ressurgimento de doenças previamente controladas. Além disso, essas situações podem gerar uma “cobertura vacinal fantasma”, quando os registros indicam que uma população foi imunizada, mas, na prática, os imunizantes estavam ineficazes. Isso resulta em um impacto severo na imunização real, expondo comunidades inteiras ao risco de surtos de doenças que poderiam ser evitadas com vacinas efetivas.
  • Desperdício de recursos financeiros: Vacinas comprometidas precisam ser descartadas, gerando custos significativos às redes públicas e instituições de saúde privadas. Nestes casos, o lado mais prejudicado sempre é a população, que paga mais caro ou fica sem o serviço.

No Brasil, estudos apontam que falhas na conservação de imunobiológicos são responsáveis por perdas consideráveis. Por exemplo, uma análise realizada no estado do Paraná entre 2009 e 2012 identificou a perda de 3.437.552 doses de imunobiológicos por causas evitáveis, com destaque para falhas no equipamento de refrigeração e validade vencida [saude.ufpr.br].

Impactos Financeiros e Exemplos Reais

Além das questões de saúde, os impactos financeiros também são significativos. Um estudo realizado pelo Center for Vaccine Development revelou que falhas no controle de temperatura podem causar perdas de bilhões de dólares por ano na indústria de imunobiológicos [Center for Vaccine Development].

Um caso notório ocorreu em 2019, na cidade de Hyderabad, Índia, onde cerca de 100 mil doses de vacinas contra a poliomielite foram descartadas devido à interrupção no fornecimento de energia, que comprometeu a temperatura de câmaras conservadoras e refrigeradores [The Hindu]. Esse incidente trouxe prejuízos financeiros e atrasos na campanha de vacinação.

A Importância do Controle e os Cuidados Necessários

Para garantir uma vacinação segura e de qualidade, é fundamental seguir protocolos rigorosos de monitoramento da temperatura, como:

  • Uso de sensores de temperatura adequados e calibrados regularmente;
  • Controle e verificação diária, ao menos 3 vezes ao dia, dos ambientes controlados;
  • Manutenção periódica dos equipamentos de refrigeração da cadeia do frio;
  • Qualificação térmica dos equipamentos e ambientes de manipulação;
  • Capacitação de profissionais responsáveis pela gestão da cadeia de frio.

Investir em tecnologia, como a aquisição de conservadoras de qualidade, data loggers ou sistemas de monitoramento online, torna o processo mais eficiente, previne perdas, protege a saúde pública e otimiza recursos.

Dicas Práticas para Aprimorar o Controle no Dia a Dia

Para aprimorar o controle da cadeia do frio no dia-a-dia, recomendamos algumas práticas simples que podem fazer uma grande diferença:

  1. Auditorias regulares: Realize inspeções periódicas para garantir que os equipamentos estejam funcionando corretamente;
  2. Planos de contingência: Tenha estratégias para lidar com interrupções de energia ou falhas no equipamento, como o uso de geradores ou câmaras frias móveis;
  3. Documentação rigorosa: Mantenha registros detalhados das condições de armazenamento e transporte para facilitar a rastreabilidade e auditorias;
  4. Atualização constante: Invista em tecnologias modernas e treine as equipes regularmente para garantir práticas atualizadas e mais eficientes.

Case: Lages e o Uso de Tecnologia na Cadeia do Frio

A Wisen em parceria com a Prefeitura de Lages, em Santa Catarina, implementou sua solução para o monitoramento online da temperatura das vacinas armazenadas na central da Vigilância Epidemiológica e postos de saúde. Esse monitoramento foi crucial para uma vacinação de qualidade pois através de alertas e notificações em tempo real permite que os responsáveis sejam alertados quando as condições de armazenamento não são as ideias e permite que uma ação seja realizada o mais rápido possível e não hajam perdas ou vacinas com eficácia comprometida. 

Vigilância Epidemiológica de Lages pode monitorar a cadeia do frio na palma da mão, emitir relatórios e ser alertada sobre desvios e eventos críticos.

 

Esse sistema, que alerta automaticamente sobre variações de temperatura, contribuiu para que a cidade não perdesse doses de vacinas. O investimento em tecnologia permitiu que as campanhas de vacinação fossem realizadas com eficiência e segurança (dive.sc.gov.br).

Data Loggers vs Sistema Online: Qual é a Melhor Solução?

Enquanto os data loggers são ferramentas valiosas para registrar as temperaturas de armazenamento, eles funcionam de forma reativa, fornecendo os dados apenas após o ocorrido. Já os sistemas de monitoramento online, como os oferecidos pela Wisen, permitem um acompanhamento em tempo real das condições de armazenamento e transporte.

Nossa solução permite o envio de alertas imediatos em caso de variações fora dos parâmetros estabelecidos, possibilitando ações rápidas para prevenir perdas. Além disso, os sistemas online integram relatórios automatizados e uma gestão centralizada dos equipamentos e calibrações, oferecendo maior controle, eficiência e transparência no processo, sendo um grande aliado da saúde da população.

Conclusão

O controle de temperatura é essencial para garantir que as vacinas cheguem às pessoas em condições ideais, assegurando a eficácia das campanhas de imunização e protegendo a saúde da população. Exemplos como o da cidade de Lages mostram como o investimento em tecnologias de monitoramento e na capacitação das equipes pode fazer a diferença, evitando desperdícios e garantindo o sucesso da imunização. Este é um caminho essencial para promover uma saúde pública de qualidade e um futuro mais seguro para todos.

 

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